31 de mar. de 2010

Linhas

Eu queria fazer um discurso moral e culpar a sociedade por isso. Mas não vou, vou reclamar sem culpar coisa alguma.
Vim aqui pra falar das relações. De qualquer relação. De como elas se constroem inocentes e silenciosas. Então vem a obrigação vinda não sei bem de onde de nomeá-las.
E daí temos os conhecidos, os amigos, os amores. Entre estes temos linhas. Linhas aparentemente tênues, mas que na verdade são longos caminhos que podemos ou não percorrer.
Soou confuso? Bem-vindo à minha mente. Voltemos ao raciocínio.
As linhas. Os caminhos. É esperado que você não pare no meio do caminho. Conhecido, amigo, amor. Como estações. Não que todo conhecido seja um amor, mas se ele deixa de ser seu conhecido, torna-se no mínimo, seu amigo.
Se ele deixa de ser seu amigo, torna-se no mínimo... seu amor?
No mínimo um amor é coisa grande demais.
Ok, hoje em dia não é mais assim. Só que hoje em dia não é um tempo feito pra mim.
Lhe soa antiquado? Pois fique sabendo que sou assim.
Sei que é repetitivo, mas vou dizer mais uma vez. É importante que você observe. Conhecido, amigo, amor.
Notou? Eu aposto que sim.
As vírgulas. É delas que eu quero falar. As vírgulas não fazem parte do caminho. Separam as coisas mas não são a separação. Gosto das vírgulas.
Eu queria explicar as vírgulas, mas não sei como, e nem preciso. Você entende o papel da vírgula.
Ela não precisa de um nome, de um conceito ou por quê.
Ela existe livre e inquestionável, sem que ninguém se importe com a palavra anterior ou com a palavra seguinte.
E que seja assim.
Conhecido, amigo, vírgula; sem nenhum tipo de pressão.

25 de mar. de 2010

Indevido

Um provável texto sem sentido.
Vindo somente da vontade de dizer algo que eu não sei bem o quê.
Sei para quem, mas não vou contar.
Mas está estampado na minha cara... Você sabe muito bem.
Eu também sei. E por mais que as palavras voem na minha frente, eu não ouço um som sequer. Elas somem em meio à neblina que criei e eu não as reconheço.
Tudo o que sei é que elas estão aqui.
Eu espero que elas queiram pedir perdão, mas talvez elas queiram dizer que não.
Preciso entender as palavras, e repassá-las à você. Antes preciso entender, a mensagem que elas querem lhe dizer.

17 de mar. de 2010

Rotna

Todo dia.

As mesmas leituras diárias.
Os mesmos modelos de texto.
O mesmo sorriso no rosto.

Diariamente.

As mesmas pessoas.
As mesmas perguntas.
O mesmo silêncio.
A mesma saudade.

Simplesmente.

O mesmo caminho.
Mesmo raciocínio.
O mesmo medo.

Todo texto.

O mesmo objetivo.
A mesma mesmice.
O mesmo porquê.

11 de mar. de 2010

Fragmentos

Eu queria te dizer, que eu erro também. Mais do que você, eu diria. Não tenha medo de me repreender.

Boa noite. Não tenha medo de me dizer. Por favor. Não esqueça de me contar. Entenda que eu direi de todas as maneiras que estarei aqui pra te ouvir.

Boa noite. Por não saber lidar com nada disso eu te peço perdão.

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4 de mar. de 2010

Maré

Eu preciso das palavras. Preciso porque o silêncio nunca foi tão calado e há tempos não é tão pesado. Sofre calado porque os olhos estranhos e tão alheios ao eu que vos fala não parecem ter o desejo de compreender.
Sinto falta daquilo que me é familiar. Os odores, timbres, texturas e cores que eu decorei. Sinto falta do conforto de ter ao meu lado aquilo que me pertence.
O medo de deixar que a vida escorra pelos dedos é tão grande que eu não tento agarrar mais nada, enquanto assisto as águas calmas e lentas levando pouco a pouco o império que esse simples e imenso ego tem a certeza irrefutável que construiu.

1 de mar. de 2010

José, para onde?

Eu que nunca acreditei em futuro, agora o coloco cheio de peso na balança da vida em contraste com o passado; enquanto meu presente pende de um lado a outro, perdido no meio do furacão.
Não sabe pra onde correr, não sabe em que porto atracar. Na maré conturbada, eu sorrio pra não me afogar. A batalha é cansativa e eu me pergunto porque não me arrependo da tempestade que eu mesma criei.
Quero dormir tranquila, mas o coração frenético não se permite acalmar. Quero as respostas certas que façam o sol voltar a brilhar. Que apague a garoa transmutada em tempestade que insiste em não passar.