Uma retrospectiva, ou algo bem parecido com isso.
Em 2009 eu aprendi que desejar um ano surpreendente é muito vago. Melhor eu desejar um ano perfeito da próxima vez.
Foi um ano interessante, e isso eu não posso negar. Foi uma série de testes, e eu não me saí tão bem quanto gostaria em alguns desses testes. Eu saio de 2009 uma pessoa mais forte e com os pés um pouco mais próximos do chão.
Em 2009 eu aprendi que guardar sentimentos de qualquer tipo não serve pra nada. Ou serve?
O stress que eu acumulei nos primeiros meses do ano acabou explodindo num ataque de raiva ridiculamente desnecessário, mas o mesmo ataque, acho eu, acabou me aproximando de quem teve coragem de enfrentá-lo.
O amor e a paixão... Estes eu não acumulei. Esses eu fiz questão de distribuir em sorrisos e suspiros.
A mágoa eu liberei aos poucos, num silêncio afiado que durou semanas, acabou por ferir outros corações. Todos sobreviveram.
A última parte do ano não teve nenhum sentimento repreendido. Houveram lágrimas infindáveis, gritos, abraços, sorrisos. Brigas. Laços cortados e estreitados. Laços reatados.
Palavras voaram por todos os poros do meu corpo. Eu nunca dissera tanto.
Contradições à parte, foi um ano de muito silêncio. Onde cada padrão sonoro ganhava um olhar fulminante de um eu reflexivo e perdido no tempo.
2009 foi um conjunto de contradições e falta de sentido. Uma volta de montanha-russa. Violenta, da qual você torce pra sair. 2009 acabou, e enquanto eu levanto da cadeira eu me vejo mais livre. Mais segura. Ainda que o coração tenha a batida irregular, ainda que o ar pareça faltar aos pulmões, eu me sinto mais calma, mais preparada pra viver.
Sem pé nem cabeça
Há 10 anos