Mais uma vez eu procurei minhas palavras em mãos alheias. Em outras mentes. A diferença, é que dessa vez eu encontrei.
As aspas que se abrem logo abaixo, provam que este não é um plágio. É um eco. É tudo o que eu queria relatar e não pude, não por falta de tempo, mas apenas por medo de descobrir o que iria dizer. E que fique registrado que eu sou fã do Caio. Porque o Caio entende, mesmo sem ouvir.
"Carta
Meu amor, aposentei as minhas cartas. De nada adianta escrevê-las se já está formada em minha cabeça a verdade de que nunca irão respondê-las. Meu amor, desisti dos textos longos e sinceros pois a verdade nem sempre é conveniente e, muitas vezes, você não entenderá o que digo. Meu amor, desisti das palavras curtas pois já não as domino mais, o texto que era lacônico virou prolixo e, este, é chato de ser transmitido. Meu amor, abandonei mesmo as cartas para ti pois não vejo mais em seu coração um fogo ao recebê-las, talvez elas fiquem de canto para sempre, esperando o tempo ler as palavras que foram – tão delicadas – escritas naquela folha de papel amassada. Meu amor, deixei de lado as minhas vontades porque a prioridade se tornou você, meu ego se perdeu e meu orgulho foi ferido e, infelizmente, não há ciência que cure tal buraco. Meu amor, se um dia leres minhas cartas com a mesma paixão que as escrevi, entenderá um pouco do que sinto, terá um pouco mais de mim, verás que eu já não minto. Se um dia poder entender as minhas palavras com paixão, saberá que não houve no mundo homem que te amou como eu, que seus cabelos loiros são os únicos cheirosos, que seu corpo é o único que já me excita, que meu mundo já não girava sem o seu respirar. Meu amor, paro por aqui, pois fui mentiroso, disse que aposentaria as minhas cartas e, de novo, sem perceber, rabisquei outra.
Meu amor, quem sabe um dia você me retorne, com todo o sentimento, e corra atrás de alguém que já se foi com o vento." (Por Caio Caprioli, 23/10/2008)
Sem pé nem cabeça
Há 10 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário