10 de jun. de 2010

Em Resposta

Pausa na narrativa. Eu tenho uns textos pra responder. Ambos eu achei lá no Cinq Contre Un. Um é do próprio Caio, outro é um curta genial tirado de um outro blog que eu pretendo conhecer melhor. Sobre o texto do Caio (me and you, just us two) o comentário é rápido, muito rápido. Queria dizer que somos 2. E queria dizer aqui, não num comentário lá mesmo. É importante que isso ecoe em minha própria gaveta, para que eu possa ouvir.

Você é a pessoa favorita de alguém?
E o curta... Veja-o, e então a gente continua.

Genial, né? Também achei. No post do Rebiscoito, a autora diz nunca ter pensado sobre isso.
Sinceramente, eu já. E muito. É o tipo de coisa legal de se imaginar. Era o que eu achava até ver o vídeo.
Quanta certeza eu tenho disso? Nenhuma. Mas gostaria de ter.
Eu preferia ser o rapaz. Ele vive tranquilo com a ciência de que não é o favorito de alguém. E assim deveria ser. Até porque escolher uma pessoa favorita é cruel demais. Ser a favorita de alguém é o tipo de honra que eu só agora percebi como inenarrável, como injusta. Injusta porque eu não fiz o suficiente pra ser a favorita de uma pessoa.
Eu queria ser o rapaz, porque ele não estava incomodado em ser parte e não clímax. Porque ele surpreende. Porque ele desperta a curiosidade do narrador. Porque ele ganha laranjas, ao contrário da moça, que justamente por ter a certeza de ser a favorita, acaba por perdê-la. Simplesmente porque a tinha.
A onisciência nunca foi meu desejo. A onisciência é cruel. É o tipo de coisa que me faz fechar os olhos. Talvez eu não prefira o rapaz. Talvez eu prefira o homem que se recusa a responder. Talvez o rapaz não seja onisciente. Mas eu prefiro não arriscar. Prefiro não responder a tais perguntas e viver na confortável ignorância da cegueira branca.

"Living is easy with eyes closed."

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