31 de out. de 2009

Adeus


É hora de partir, e eu já avisei em todo lugar. Por um pequeno período de tempo, eu vou deixar tudo pra trás. Vou esquecer de tudo. De mim, de você, e de todos os problemas que você nem sabe que a gente tem. Vou assistir as árvorores passarem por mim, e quando a noite chegar, eu vou deitar sob as estrelas pra lembrar de quem nunca devo esquecer. E quando você voltar a me ver, pode chamar de delírio e de ilusão. Eu ainda estarei bem longe. Minha mente ainda estará livre das dores do meu coração.
Hoje eu poderia te escrever muitas coisas. Só que verdade seja dita, talvez seja injusto lhe impor, ou até mesmo pedir que você se coloque no meu lugar.

26 de out. de 2009

O balanço e o tempo


Eu levanto os olhos do travesseiro e olho o relógio. Ainda são 7:15.
Eu deito de novo e volto a encarar o teto. Ainda não é hora de levantar.
Eu sei disso porque o sol me indica que a tarde ainda não passou. Ele invade os olhos que eu teimo em fechar.
Eu mesma parei o relógio. Ele estava me enlouquecendo.
Tic-tac, tic-tac, tic. Nesssa ordem. Sempre avante e constante. Sem dó. Sem vacilar. Sem voltar. Sem passos silenciosos. O tempo jogava na minha cara as mudanças que eu vi acontecer.
Então eu parei. Eu joguei fora as pilhas do relógio. Troquei o tic-tac dos segundos duros e apressados, pelo som de um violino que vai e volta numa melodia calma.
A melodia toca uma, dez, cem vezes... Eu já nem sei.
Toca desde o momento em que fechei os olhos.
O violino vai e volta. A melodia é pausada. Apesar da melancolia, tem lá seu toque de esperança.
É o oposto completo dos segundos. Eu fecho os olhos e faço da música meu relógio. Contador de tempo.
Vai, e volta. Como um balanço que me acalma. No balanço, meus pés não tocam o chão. Nem mesmo no momento mais baixo.
O vento acaricia meu rosto, e eu vejo meus anjos dançando no céu. Todos eles. Eles mal me notam, mas estão todos alí pra me proteger.
Só que eu brinco de faz-de-conta. Eu brinco de cuidar dos anjos, que cansados param de dançar. Meus anjos sentam nas nuvens e eu paro de balançar.
As nuvens pesadas choram, chovem e então eu falho. Eu não protejo meus anjos que não podem voar.
Os anjos caem, um a um. Junto com a chuva violenta. Eu abro os olhos porque a melodia acabou. Eu adormeci e alguém levou o violinista. Alguém pois as pilhas de volta no relógio. Tic-tac, tic-tac-tic.
Em desespero, eu chamo pelo violinista, que atordoado volta a tocar. Arranco as pilhas do relógio e encaro o céu a chorar. Por fim eu fecho os olhos, pra voltar a balançar.

23 de out. de 2009

Todas as minhas palavras

Voaram pela janela. Foram longe, tocaram o céu; e simplesmente, não voltaram mais.
Deixaram pra trás a inspiração que atormentada e só, não sabe mais o que fazer.

19 de out. de 2009

Memórias - Parte III - Considerações finais


Eu me deleitava toda vez que te via chegar mais perto, meu coração disparava quando você quebrava as regras. Já disse como você sabia ser discreto?
Eu contava as horas pra te ter mais perto, e rezava pra te ter só pra mim. Era uma agonia gostosa, de esperar chegar, de querer o que não podia.
Os momentos mais mágicos eu não vou relatar, não sei bem o porquê. Eu os conheço, você os conhece. Talvez eles sejam nossos e de mais ninguém. Porém, saiba que eu os guardo num lugar especial dentro de mim.
Sabe, você fez valer à pena. Você foi o que me fez acordar pela manhã por meses. E valeu a pena.
Obrigada. Muito obrigada. Hoje eu consigo sorrir da mesma maneira como sorria há tempos atrás. Por saber que tudo está bem, que pouco importa o que aconteça, eu te tenho pra sempre, bem como você me tem. Eu te desejo o melhor, porque hoje notei, que é o que você deseja pra mim.

16 de out. de 2009

Memórias - Parte II - Zona de Conforto


Entenda que eu quase enlouqueci porque esta não era a escolha óbvia. Todos apostavam suas fichas em outra jogada. Quem sabe até mesmo você.
Fato é, que pouco a pouco, eu me convenci que não enlouquecera, que as coisas eram o que eram. A essa altura eu já tinha confidenciado a história à alguém. Não me leve a mal, eu precisava que alguém confirmasse que o que eu via era verdade.
E agora, como eu agiria? Não posso lhe revelar como tudo se deu em minha mente, fato é, que se eu lhe revelasse, talvez você ficasse chocado. Talvez você até ficasse bravo, mas alguns meses depois você conseguiria me entender. Só que eu não tenho esse tempo, e estou tentando lhe passar tudo que me agradou. Importa dizer, que eu iria até onde me sentisse confortável.
Tomada essa decisão, tudo passou a ser confortável, e eu me deleitava em sua companhia. Era uma zona indefinida, que eu fiz questão de não nomear.
Aos poucos, todo mundo percebeu. Bom, ao menos boa parte do mundo. E eu não estava nem aí. Eu estava bem. Me sentia confortável.
Mas sabe como é, a gente acaba querendo mais. E eu dei as indiretas mais diretas que pude, pra te fazer entender.
Sabe, sempre achei a forma como você agia muito engraçadinha. Te ter bem perto, olhando pra mim, enquanto um esperava o outro. Devo te dizer, enquanto escrevo essas palavras, eu sorrio boba, olhando pra nós.
Até que aconteceu, bem na hora certa, quando a gente combinou sem dizer nada, que era só pra aquilo que a gente saiu. Acho que você teve medo do meu silêncio, e eu me diverti com seu medo. Acho que agora eu posso te explicar que naquele momento, eu me senti tão ligada a você que não precisava de palavras. Só precisava de ar.
Daí a gente se afastou, acho que era coisa de criança com medo do que é novo, não sei. Até que recomeçou, e durou até o fim.

13 de out. de 2009

Memórias - Parte I - À Primeira Vista


Ps.: Como o texto é grande, o dividi em capítulos pra não ficar maçante demais.

Olá meu querido, tudo bem? Espero que sim.
Eu vou bem, obrigada por perguntar. Diria até que estou ótima, não fosse o tom irônico e quase ofensivo que a palavra pode dar, conforme a maneira como é lida. Então eu estou bem. Apenas bem.
Se não se importa, hoje eu gostaria de deixar de lado o tom literário. Gostaria até mesmo de deixar de lado o tom melancólico.
Hoje eu gostaria de compartilhar contigo algumas memórias que lhe são conhecidas. Gostaria de mostrá-las sob o meu ponto de vista.
Peço, por favor, que não se sinta exposto. Espero que entenda que esse é um agradecimento.
Me peguei hoje revirando livros que já li milhões de vezes, e vi minhas memórias refletidas nas narrações dos autores. Então percebi como estas memórias são leves, como o peso destas estava dentro de mim, como poeira incrustada numa viseira que eu aparentemente removi.
Mas chega de blá, blá, blá. Eu vim aqui pra contar uma história. E agora chegou a hora.

Na primeira vez que te vi, não imaginei nada disso. Não mesmo. Nem passou pela minha cabeça. Só cogitei a possibilidade de tal vislumbre futuresco na terceira ou quarta vez que te vi. Sim. Tão cedo. Mulheres, sexto sentido, ninguém entende muito bem.
Mas é claro que tal vislumbre não fazia o menor sentido, e eu fiz questão de esquecê-lo.
O tempo foi passando e... Bem, uma vez um amigo me disse, que segundo um filosofo qualquer, cujo o nome não me recordo, uma pessoa é forçada a gostar de outra quando esta 'outra' gosta de 'uma'.
Por mais que não faça sentido e muitas vezes não se aplique na prática, acho que foi isso mesmo que aconteceu. De forma fraca. Mas ainda era cedo demais.
De repente as coisas mudaram, e quando eu vi, eu não tinha mais minhas mãos livres.
Vou te contar, não é papo. Você realmente sabe ser discreto; não só as pessoas ao nosso redor não notaram nada, como não notei eu, por um minuto ou dois.
Quando senti minha mão na sua, olhei em seus olhos com um tom que variava entre o susto e a brincadeira, como quem diz "olha só o que a gente fez e não percebeu".
Porém, teus dedos deslizaram por meu cabelo, mostrando que você percebera o que fazia. Não vou citar teu terceiro ato. Ambos sabemos o que aconteceu. O fato é que eu me afastei, pareceu que era demais.
Nos dias seguintes, eu comecei a beirar a loucura. Jurava pra mim que era coisa da minha cabeça, e você fazia questão de me provar que eu não estava enlouquecendo.

6 de out. de 2009

Sem sentido.


Se tudo tem 3 lados, o que vem entre a luz e a sombra?
Cansei de escolher entre esses dois, de ir e voltar. Quero dar uma olhada no meu terceiro lado agora, se não for pedir demais. (E esse texto fala de pessoas, não de sentimentos. Se fossem sentimentos, seria emo demais da minha parte, não acha?)

2 de out. de 2009

Um pequeno fato


Você virou meu mundo de cabeça pra baixo quando chegou naquela porta e eu notei o seu all star.
Ainda hoje, você ainda me faz sorrir um dia inteiro quando eu te vejo passar.

"Meu coração,
Não sei porquê
Bate feliz,
Quando te vê
E os meus olhos,
Ficam sorrindo
E pelas ruas,
Vão te seguindo."
Amém.