
Entenda que eu quase enlouqueci porque esta não era a escolha óbvia. Todos apostavam suas fichas em outra jogada. Quem sabe até mesmo você.
Fato é, que pouco a pouco, eu me convenci que não enlouquecera, que as coisas eram o que eram. A essa altura eu já tinha confidenciado a história à alguém. Não me leve a mal, eu precisava que alguém confirmasse que o que eu via era verdade.
E agora, como eu agiria? Não posso lhe revelar como tudo se deu em minha mente, fato é, que se eu lhe revelasse, talvez você ficasse chocado. Talvez você até ficasse bravo, mas alguns meses depois você conseguiria me entender. Só que eu não tenho esse tempo, e estou tentando lhe passar tudo que me agradou. Importa dizer, que eu iria até onde me sentisse confortável.
Tomada essa decisão, tudo passou a ser confortável, e eu me deleitava em sua companhia. Era uma zona indefinida, que eu fiz questão de não nomear.
Aos poucos, todo mundo percebeu. Bom, ao menos boa parte do mundo. E eu não estava nem aí. Eu estava bem. Me sentia confortável.
Mas sabe como é, a gente acaba querendo mais. E eu dei as indiretas mais diretas que pude, pra te fazer entender.
Sabe, sempre achei a forma como você agia muito engraçadinha. Te ter bem perto, olhando pra mim, enquanto um esperava o outro. Devo te dizer, enquanto escrevo essas palavras, eu sorrio boba, olhando pra nós.
Até que aconteceu, bem na hora certa, quando a gente combinou sem dizer nada, que era só pra aquilo que a gente saiu. Acho que você teve medo do meu silêncio, e eu me diverti com seu medo. Acho que agora eu posso te explicar que naquele momento, eu me senti tão ligada a você que não precisava de palavras. Só precisava de ar.
Daí a gente se afastou, acho que era coisa de criança com medo do que é novo, não sei. Até que recomeçou, e durou até o fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário