30 de ago. de 2009

Foi assim:

Eu pisquei e tudo mudou. E todo mundo cresceu. Mas eu não; eu vou continuar no mesmo lugar. Não cresci nada, não amadureci, e não vou me mexer só porque esperam isso de mim. É cedo demais.

22 de ago. de 2009

Ordens disfarçadas

Por favor, preste atenção às minhas palavras, que já não lhe dizem nada, mas teimam em me escutar.
Preste atenção em cada rima acidental, em cada sentença, em cada vírgula.
Por favor, encontre minhas ideias perdidas. Ouça o riso de uma vida alegre, expresso em palavras leves, que mais nada tem a dizer.
Ouça a minha inspiração barata, vindo do nada, num texto pra ninguém. Seja, cada lágrima branda, caída de um rosto calmo que não sabe porque chora. Viva, tua vida por minhas palavras, que mesmo sem te dizer nada, insistem em lhe falar.

18 de ago. de 2009

My Girl


"Weeping willow with your tears running down
Why do you always weep and frown?
Is it because he left you one day?
Is it because he could not stay?

He found shelter in your shade
You thought his laughter would never fade.
On your branches, he would swing
Do you long for the happiness that day would bring?

Weeping willow, stop your tears
For there is something to calm your fears;
If you think death has ripped you forever apart
I know he'll always be in your heart."

16 de ago. de 2009

Intitulado

Aviso ao leitor: Sentimental demais.É assim que esse texto vai sair. Besta, de menina, das mais românticas, bobas, doces demais. E que assim seja. Não vou censurar minhas palavras.


De repente veio até mim uma lembrança vívida. Daquelas inteiras, que quase acontecem de verdade, só de se lembrar. Fez meu coração disparar, e fez com que o som de cada batida ecoasse em meu peito vazio. Aos poucos, bem devagar, o eco foi sufocado pela saudade líquida que invadia cada espaço ao redor de meu coração.
Não era vontade de você, nem de ninguém, por mais que isso me pareça uma coisa horrível de se dizer. Era vontade de um abraço. Um abraço daqueles completos.
A verdade, é que abraçar é uma tarefa tão complexa quanto o olhar, quanto sorrir. Em pensar que eu já me apaixonei por quem dominava as três tarefas acima. E eu nunca entendi porquê. Ele me parecia tão errado, o que eu vi naquele rapaz afinal?
Agora eu sei.
Mas não importa mais. A tal paixão já morreu, depois de muitas lágrimas. O tempo passou e hoje eu a encaro com gratidão. Porque por mais que ela não tenha se realizado, por mais que eu a tenha desejado por tempo demais, ela foi sincera.
Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance, ele fez tudo o que seu coração lhe permitia fazer. E eu sou grata por isso. Foi uma amizade bela, que ainda vive em algum lugar do meu coração. Foi um mar de abraços e de atenção.
Pouco importa se passou, foi uma relação completa, à sua maneira, e eu a não trocaria por nada.
Porque minhas paixões valem à pena. Todas. Até as mais platônicas, pelas pessoas mais erradas, e perfeitas à sua maneira.

15 de ago. de 2009

De um breve passado

Hoje ela voltou... Assim, toda boba, me fazendo rir.Veio próxima, sem hesitar. Veio contigo.
Veio num olhar, num abraço, num beijo, e mais que isso, numa atitude.
Hoje ela lhe pertence. Sinta-se o dono daquela que já me fazia falta e eu nem percebi. Minha felicidade é tua. Por direito. Você a trouxe, você a fez. Agora leve-a contigo.
Não, essa não é uma recusa. É meu presente, meu muito obrigada. Meu agradecimento satisfeito, de quem agora sorri como já havia esquecido que sabia fazer.

10 de ago. de 2009

Eu, minha adolescencia,

E minha mesmice. Meus passos tortos, meu caminho percorrido de pés descalços e olhos fechados. Minha originalidade nada original. Minhas lágrimas exageradas e sem porquê. Minha inteligência subjetiva, minha curiosidade incansável. Meu imediatismo impaciente, minha revolução silenciosa. Meus eternos e passageiros "amores da minha vida". Meus questionamentos, meus exageros. Tudo tão igual. Minha inigualável, adolescencia.

4 de ago. de 2009

Flores

Rosa tirou os olhos da televisão e olhou para o relógio. Levantou-se e abriu a porta para o marido, que a qualquer momento deveria chegar. Paulo entrou na casa, sorrindo orgulhoso e com as mãos para trás. Trouxera rosas para Rosa.
Rosa recebeu as rosas, que naturalmente eram cor-de-rosa, sem muito se importar. Agradeceu e voltou-se a sentar. Era de se estranhar que Rosa, ela mesma, não gostasse de rosas. Dizia que eram um clichê. A verdade é que ela só via os espinhos. Rosa queria mesmo eram margaridas.
Do outro lado da cidade, Margarida sorria boba ao namorado novo, não menos orgulhoso, que lhe trouxera flores de jasmim. Menos óbvias do que rosas, e tão simples quanto margaridas. Tão belas quanto Margarida.
Observava a cena uma flor sem nome, que já fora dama da noite, mas que agora, e já há muito tempo, se via desiludida. Uma velha senhora solteira, que invejava Rosa e Margarida. Por ironia do destino, era tia do florista.
A tarde caia, enquanto os amantes declaravam seu amor, e a velha senhora, farta de tudo isso, regava seus amores-perfeitos, quase em desespero, esperando-os florescer.