Que insistem em não passar.
Alguém avise ao tempo que ele se perdeu. Que está dando voltas sem sair do lugar.
Uma, duas, dez. O relógio se arrasta e eu juro, por tudo aquilo que eu ousar sagrar, que ele continua exatamente no mesmo lugar. As horas assistem as voltas do ponteiro vermelho, tão aturdido quanto meu coração. Desistiu de correr e agora se arrasta enquanto tenta avançar, sem sucesso algum.
Minhas mãos procuram a engrenagem que devolverá à ele o ritmo veloz. De nada adianta. Não cabe ao relógio fazer caminhar.
O caminho cabe aos meus passos e num mundo feito pra nós, os espaços teimam em me cercar. Eu, você, um relógio desesperado, descompassado, procurando pela lenda do tempo.
Mais nada, mais ninguém.
Meus passos se sentem pequenos enquanto tentam te alcançar. Sentem-se minúsculos, ridículos.
Me resta manter a calma, procurar pela sanidade e pela conformidade de esperar.
Sem pé nem cabeça
Há 10 anos
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