24 de jan. de 2010

Jogo

Só apareci por aqui, depois de tanto tempo, pra dizer que se isso, se tudo isso não te disser nada, coisa nenhuma dirá.
Porque talvez falem os olhos, talvez falem as palavras. Numa última tentativa, falam os atos.
E eu sei que concordo que não temos nada mais à dizer. Só que as palavras continuam voando, de várias formas, cheias de uma esperança inexpressiva que eu não sei de onde vem.
A esperança não me pertence e eu imagino que não tenho problemas em aceitar a desistência. Não mesmo, eu realmente acredito estar bem.
Só que às vezes as vozes sussurram, às vezes o mundo é você. E eu nego, eu corro, eu fecho os olhos e calo, porque não faz sentido. Você já não enfeita meus sonhos, já não perfuma meu ar. Mas continua alí, ao lado da porta entreaberta. Sem sair, sem liberar o caminho. Eu me sinto confortável em te ter alí. Eu não sei por quê. Em cada palavra falta nexo e eu luto com a inspiração que repete insistente... Em cada vírgula, falta você.
As cartas estão na mesa, mas o jogo depende de nós.

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