29 de jan. de 2010

Prisão

Eu vivo dentro do meu próprio mundo. Uma fantasia com suas pitadas de realidade. Um sonho, uma ilusão. Minha e de mais ninguém.
- Um sonho? - Perguntou a moça.
- Sim. - Eu respondi orgulhosa.
- E quando você acorda?
- Ainda assim vale à pena. Eu não escolheria não sonhar meu mundo, se pudesse. Não mesmo.
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Nota: Às vezes o sonho é tão vívido que parece real.
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Nota: Às vezes acordar dói. Dói tanto que eu tenho medo de adormecer.
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Comunicado: Nas ultimas vezes em que despertei, a dor era quase insuportável. Irreal. Quase sonho; na verdade, pesadelo.
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Pedido: Deixa-me dormir um pouco mais.

24 de jan. de 2010

Sobre as histórias de amor

As melhores histórias são aquelas que precisam ser mantidas em segredo. As que você acompanha de perto, sabendo que jamais poderá transformá-las em romance. Que lhe são confessadas durante a madrugada, quando ninguém mais pode ouvir. Esse é o amor real. Esse é o amor que vale à pena. Problemas insolúveis, rodeados de drama e cheios de amor.

Jogo

Só apareci por aqui, depois de tanto tempo, pra dizer que se isso, se tudo isso não te disser nada, coisa nenhuma dirá.
Porque talvez falem os olhos, talvez falem as palavras. Numa última tentativa, falam os atos.
E eu sei que concordo que não temos nada mais à dizer. Só que as palavras continuam voando, de várias formas, cheias de uma esperança inexpressiva que eu não sei de onde vem.
A esperança não me pertence e eu imagino que não tenho problemas em aceitar a desistência. Não mesmo, eu realmente acredito estar bem.
Só que às vezes as vozes sussurram, às vezes o mundo é você. E eu nego, eu corro, eu fecho os olhos e calo, porque não faz sentido. Você já não enfeita meus sonhos, já não perfuma meu ar. Mas continua alí, ao lado da porta entreaberta. Sem sair, sem liberar o caminho. Eu me sinto confortável em te ter alí. Eu não sei por quê. Em cada palavra falta nexo e eu luto com a inspiração que repete insistente... Em cada vírgula, falta você.
As cartas estão na mesa, mas o jogo depende de nós.

6 de jan. de 2010

Verdades Ocultas

Faz tempo, muito tempo que você foi. Nada mudou por aqui. A diferença é que agora eu sei mentir pra mim. Sei me convencer de que não importa. Mas sejamos sinceros, eu continuo no mesmo lugar. Continuo ouvindo o eco dos seus pés descalços. Continuo procurando no céu o tom dos teus olhos. O cheiro dos teus cabelos ainda surge em minhas mãos e noite após noite eu encosto em teu peito pra ouvir seu coração.
Hoje, longe de você e das paredes que te guardam, a menina que mal se aguenta em pé quer correr pela noite, gritar pras estrelas que precisa de ti. Quer cair nos teus braços e te amar por inteiro. Como nunca deveria ter deixado de ser.