4 de mar. de 2009

Mimos

Hoje a Felicidade brincou comigo de várias maneiras. Não foi o despertador, mas a Felicidade que me sacudiu da cama antes mesmo de o sol nascer. Ela acordou agitada, e correu de mim, sem sair da minha vista; esperando que eu fosse atrás dela, num jogo de pega-pega infantil.
Mas eu me limitei a sorrir. Eu acabara de acordar, e meu humor ainda não me deixava correr. Ela fechou a cara.
Tomei meu café-da-manhã agindo indiferente à aquela criança bicuda na minha frente. Não por maldade, somente para educá-la. Quando uma criança se porta de forma mimada, eu faço questão de ignorar. Não é porque a Felicidade é especial, que deva ser tratada de forma diferente.
Durante a manhã, ela me seguiu, apenas mostrando que estava lá, mas sem me tocar, sem me olhar nos olhos. Imagino que estivesse magoada. Continuei ignorando-a.
Durante o almoço ela pareceu um pouco melhor... Ficou mais perto de mim, me olhava de canto.
No decorrer da tarde... Ela despertou, não me deixou em paz. Corria de um lado a outro, derrubava livros, me cutucava, tirando minha concentração.
Foi quando eu te vi... E ela correu, pra longe de mim, como se não houvesse amanhã. Não entendi, não me abalei.
E foi quando você me viu... Foi quando a Felicidade tentou te agredir... E você nem percebeu. Você a segurou, a tomou para si.
Corpos se tocaram, frases foram trocadas. Foram segundos, talvez minutos... E foram tão eternos... Tão...felizes.
Porque foi quando teus braços encontraram os meus, que a Felicidade me agarrou, e lá ficou, e ainda fica... Enquanto eu imito o teu enorme sorriso, horas depois de ele ter surgido.
Eu ainda imito seu sorriso, a Felicidade continua presa à mim, e foi quando eu entendi. Ciúme. Minha Felicidade tem ciúme de você, tanto quanto eu... Ah! Essas crianças mimadas!

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