Um a um, os anjos caem do alto do céu.
Como flocos de neve numa madrugada de inverno.
Como flores.
Pétalas brancas de margaridas,
Largadas ao vento num capricho de bem-me-quer.
E devagar, devagarinho...
Os grãos de areia se dispersam.
Duros, pequenos,
Arranham a pele das pernas enquanto passam por mim.
A maciez da relva é substituída pelo gelo do concreto.
Como um tapete tirado por debaixo dos pés.
O frio queima os calcanhares nus
E o céu, vazio, chora por um coração cheio;
Abarrotado de coisas que não têm.
Sem pé nem cabeça
Há 10 anos